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O que é intraempreendedorismo?

25/05 | Empreendedorismo

Tempo de Leitura: 4 min

Você alguma vez ouviu falar ou sabe o que é intraempreendedorismo?

Resumidamente, intraempreendedorismo diz respeito aos profissionais que trabalham dentro de uma empresa e desenvolvem projetos que melhoram os processos, as relações com os clientes e os resultados como um todo.

De algumas décadas para cá muitas empresas e profissionais estão debatendo e aplicando o conceito de intraempreendedorismo. Mas para explicar como esse cenário veio à tona, eu preciso convidar você a entender rapidamente as mudanças que aconteceram nas relações de trabalho.

Houve a relação vertical, formada por um ou mais chefes, supervisores e um grupo de funcionários que apenas recebiam ordens e as executavam como se fossem máquinas (este cenário me faz lembrar o filme Tempos Modernos, do eterno Charles Chaplin).

A necessidade de ganhar um pouco de voz e vez fez com que esse processo engessado fosse substituído por uma relação mais horizontalizada no ambiente de trabalho, com espaço para uma comunicação mais próxima e sem ruídos.

A tecnologia e o acesso das pessoas aos meios cada vez mais velozes de comunicação fizeram com que o mundo girasse cada vez mais rápido. Os profissionais começaram a chegar às empresas cada vez mais instruídos e cheios de conhecimentos para serem compartilhados. Com isso, chefes ganharam status de líderes e funcionários passaram a ser chamados de colaboradores, porque tinham agora mais liberdade de pensamento.

E, agora, aqueles colaboradores que apresentam um perfil mais proativo e, digamos, insatisfeito, acabam levando para dentro de seus ambientes de trabalho o intraempreendorismo. Este conceito é praticado por meio de ideias e projetos apresentados por essas pessoas que tornam o dia a dia dos departamentos mais qualificado.

 

Ah, Denis, então quer dizer que intraempreendedor é ser empreendedor?

Sim, de certa forma é. Porém, o intraempreendedorismo permite que o profissional teste sua veia empreendedora dentro da empresa onde trabalha. É o chamado CLT empreendedor.

É como se o colaborador se sentisse parte da empresa e à vontade a ponto de querer arrumar a casa e deixar tudo organizado para que seu trabalho e o de seus colegas fluam da melhor maneira possível.

Claro, nem todas as empresas estão preparadas para abraçar o conceito de intraempreendedorismo, uma vez que é preciso oferecer um ambiente propício para que os colaboradores possam observar, ter ideias e possibilidade de testar e desenvolver novos projetos em prol de toda a equipe.

Ao mesmo tempo, eu penso assim: não adianta uma empresa estar aberta ao intraempreendedorismo, mas ser composta por pessoas que não têm o menor perfil para fazer a coisa acontecer!

Um colaborador com perfil empreendedor possui algumas características muito importantes. Veja:

  • É constantemente insatisfeito: um intraempreendedor não sossega. Está sempre de olho em tudo, tentando descobrir algo que possa melhorar;
  • Não tem medo de errar: o fato de ele propor mudanças o tempo todo não significa que esteja sempre certo. Ele testa suas ideias e sabe tirar proveito da experiência para aplicar em novos projetos. Por este motivo está em crescimento constante.
  • É proativo: ninguém precisa mandar o colaborador pensar em algo. Ele já fez a lição de casa por si só. Pode não ter abordado seu supervisor porque não teve oportunidade, mas quando tem a chance sabe exatamente como apresentar suas ideias.
  • Na maioria das vezes está alinhado com a visão da empresa: o fato de um colaborador ter muitas ideias não quer dizer que ele seja um intraempreendedor. O profissional com esse perfil sabe filtrar suas sugestões e foca apenas naquelas que se encaixam nos rumos que a empresa está tomando ou quer tomar.

 

Legal, Denis, e como as empresas devem encarar o intraempreendorismo?

Bem, quanto mais as empresas abrem suas portas para esta nova parceria com seus colaboradores, mais os profissionais sentem vontade de expor suas ideias e fazer a coisa toda acontecer dentro de seus departamentos de maneiras mais criativas e efetivas.

A necessidade de as empresas apostarem em colaboradores com perfil mais empreendedor é bastante debatido por Peter Senge, estudioso que escreveu “A Quinta Disciplina” na década de 1990, uma obra consagrada que desperta as organizações para a importância do conhecimento contínuo.

No livro, Peter Senge defende que as organizações que aprendem são aquelas nas quais as pessoas aprimoram continuamente suas capacidades para criar o futuro que realmente gostariam de ver surgir.

Ou seja, o intraempreendedorismo é praticado por pessoas que possuem visão, que conseguem desenvolver ideias e projetos que tornem real os seus melhores conceitos sobre pessoas e suas relações com a vida e o trabalho.

Para que as empresas possam colocar em prática sua capacidade de aprendizagem organizacional contínua, Peter Senge explica que é preciso adotar cinco disciplinas:

Domínio Pessoal: habilidade de ampliar a capacidade pessoal de seus colaboradores, de forma que possam criar um ambiente organizacional que estimule toda a equipe a se desenvolver a alcançar seus objetivos.

Modelos Mentais: estimular a reflexão contínua da percepção de mundo e das crenças de seus colaboradores, observando como esses conceitos moldam suas ações e decisões.

Visão Compartilhada: construção de um senso de compromisso de grupo, baseada em princípios, práticas e diretrizes que resultem em uma visão de um futuro comum e o alcance de resultados.

Aprendizado em Equipe: criação de um ambiente propício para troca de conhecimentos que levem ao desenvolvimento e aproveitamento da inteligência coletiva em prol de toda a organização.

Pensamento Sistêmico: está no topo da lista das disciplinas de uma organização em constante aprendizado. Aqui é reforçada a necessidade de compreender as forças e inter-relações que giram em torno do comportamento de sistemas, de forma que seja possível entender como torná-los mais eficazes e alinhados com processos do mundo natural e econômico.

Parece complexo, não é? Mas não é, viu? O intraempreendedorismo é uma via de mão dupla. A empresa dá liberdade para seus colaboradores “saírem da caixa” e os colaboradores devolvem a confiança em forma em ações que alavancam os resultados da empresa e a satisfação pessoal e profissional de todos os envolvidos.

Consegui inserir você no universo do intraempreendedorismo? Espero que sim! E me conte: sua empresa oferece este espaço? Ou, se você é um colaborador, tem oportunidade para mostrar seu lado empreendedor? Conte para mim nos comentários!

Ah! Sinta-se à vontade para compartilhar este artigo nas suas redes sociais, tá bom? Um abraço e até breve!

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